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Mostrando postagens de junho, 2010
Enquanto me esforço ao máximo (?) para continuar a escrever minha monografia, esquento meu pé no ar quente que sai do computador que já trabalha a dias seguidos. Tá ótimo, Pczinho. Obrigada. Mas é que eu queria mais que isso esquentando meus pés agora. Queria um alguém com braços pra abraçar. Mãos sendo requentadas, roçando umas nas outras, naquele som reconfortante inconfundível, para encostar no meu pé, sempre gelado. Eu quero a ansiedade boba de quem espera alguém ligar no celular. Eu quero a serenidade de noites insones por estar pensando em alguém. Qualquer coisa do tipo. "Eu quero a sorte de um amor tranquilo. Com sabor de fruta mordida."

Yoko

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Nada me parecia interessante. Sentia que havia esgotado todas as minhas fichas numa tentativa de ter uma alegriazinha. Os lugares me pareciam chatos e as pessoas, entediantes. Numa livraria, talvez encontrasse inspiração no meio de tanta inspiração impressa. Muito embora eu precisasse de ajuda, livros de auto-ajuda nunca serão uma opção. Até o Esoterismo já desistiu de mim. Aventura me causaria inveja. Os de romance iam me fazer querer morrer. Chega de drama, Mila. Toma um café pra esquentar. Na passagem, estico a mão e pego um livro qualquer pra me fazer companhia. Na mesa ao lado, estava Yoko. Como eu sei o nome dela? Não lembro. Mas ela conversava com uma menina. Era difícil se entenderem, Yoko era japonesa. A menina, que devia ter uns 10 anos, arranhava no inglês. Sabiamente, passam pro idioma universal da comida. E a menina, no alto de sua sabedoria infantil, sugere que Yoko coma um brigadeiro. Confiando na inocência das crianças, Yoko aceita. Olha para aquela bolinha marrom, não
Eu estava com fome e o mesmo esmalte na unha há mais de uma semana. Era uma necessidade fisiológica ir no supermercado pra comer e pintar as unhas. Não me julguem. Pelo menos, não faço xixi no meio da rua usando essa mesma desculpa. Enfim, a fila pro restaurante a quilo do mercado estava imensa. Atrás de mim, uma adolescente com síndrome de Down, de nome Luzia, como a sua mãe repetia sempre na fila, de maneira carinhosa, indicando de que maneira se portar e se servir. E atrás de Luzia, uma senhora de uns 50 anos. Eu, na minha cadeira-de-rodas, ocupo sempre um espaço grande nas filas de comida a quilo, como se fosse duas pessoas ao mesmo tempo. Luzia, um pouco devagar, fazia questão de se servir sozinha e não deixar nada cair, apesar da falta de coordenação. Uma fofa, educada e simpática. A senhora, no entanto, resmungava "que demora" "não tem ninguém pra ajudar o pessoal deficiente aqui, não?". E revirava olhos, como flagrei algumas vezes, enquanto meu Tio servia a