Eu estava com fome e o mesmo esmalte na unha há mais de uma semana. Era uma necessidade fisiológica ir no supermercado pra comer e pintar as unhas. Não me julguem. Pelo menos, não faço xixi no meio da rua usando essa mesma desculpa. Enfim, a fila pro restaurante a quilo do mercado estava imensa. Atrás de mim, uma adolescente com síndrome de Down, de nome Luzia, como a sua mãe repetia sempre na fila, de maneira carinhosa, indicando de que maneira se portar e se servir. E atrás de Luzia, uma senhora de uns 50 anos. Eu, na minha cadeira-de-rodas, ocupo sempre um espaço grande nas filas de comida a quilo, como se fosse duas pessoas ao mesmo tempo. Luzia, um pouco devagar, fazia questão de se servir sozinha e não deixar nada cair, apesar da falta de coordenação. Uma fofa, educada e simpática. A senhora, no entanto, resmungava "que demora" "não tem ninguém pra ajudar o pessoal deficiente aqui, não?". E revirava olhos, como flagrei algumas vezes, enquanto meu Tio servia a
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